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22/09/11

(n sei)

Abri o peito à ternura de te reconhecer
Vivi a vida como quem não quer morrer
Chamei ás pedras nomes e falei-lhes de ti
Elas não disseram nada, e eu nada previ

Abri o peito à vontade de te amar
Abri as pernas e deixei-me penetrar
Abri a boca e abri o coração
Abri os braços e abri uma excepção

Fechei os olhos ao que não queria ver
Fechei a porta ao meu direito de ser
Tranquei as palavras todas que te podia oferecer
Rasguei os vestidos todos
Larguei a esperança no chão
Pisei os direitos dos outros
Esmaguei o que tinha sonhado
Parti o meu coração

Colei pedaços de céu
A uns pedaços de mar
Voltei as costas a vida
E continuei por ali
A errar, a andar, a sonhar

Colei a tua imagem
A uma imagem de deus
Para ver se me esquecia
Que és homem e que es humano
Que és belo e me fazes bem
Que não te posso tocar
Não por seres demónio ou santo
Mas seres tão simplesmente
Toda a razão do meu pranto


Abri o peito de novo
Vazia de qualquer dor
Chorei toda a água que tinha
Sequei todo o meu amor

Lancei-me à agua do mar
Lancei-me ao rio e voltei
Andei à chuva, molhei-me
E nem sequer sei o que sei

Abri um capitulo na vida
Escrevi-o as cores e sorri
Fiz um livro, fui feliz
Mas a vida
Sempre a dizer-me…
Não vas por aí….

Tenho medo do futuro
Tenho saudades de mim
Queria poder ter tudo
Queria dar-te a minha mão
Ser fiel a quem eu sou
Não viver na solidão




21/09/11

Quantas vezes


Quantas vezes não soubeste que decisão tomar na tua vida e te sentaste debaixo de uma árvore apenas a olhar e a sentir? 

Quantas vezes deixaste passar demasiado tempo no tempo que tinhas para decidir?

Quantas vezes não disseste algo por teres algumas dúvidas disso, e quando a certeza veio, já não estava lá ninguém com quem falares? 

Quantas vezes contaste pelos dedos os dias que faltavam para um evento tão especial e que afinal nunca chegou a acontecer? 

Quantas vezes aconteceram coisas tão especiais e não estavas a espera?

Quantas vezes não soubeste o que dizer e mesmo assim não te calaste? 

E quantas vezes devias ter dito tudo e nada saiu?
... Quantas vezes mais vais esperar e deixar a vida passar!

Quantas vezes achas que vais viver?.