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28/10/11

Uma verdade qualquer


Não bastaria chorar a alma toda

nem calar a dor que existe em mim

Não poderia viver assim fechada

Nem poderia amar quem eu perdi


Quando me afastei sem ser verdade

Quando me calei para não mentir

foi quando dei largas à saudade

e que ofereci a dor ao meu sentir


Trago nas costas a cruz das tuas mãos

a acariciar a alma que me dói

Trago no peito um parco coração

que apenas sabe a verdade do que foi

A mentira da minha mão na tua mão

A dureza de sermos um num corpo a dois



Quando a ternura se enrolou no meu pescoço

nunca esperei que pudesse ser saudade

Quando a loucura se instalou à minha beira

nunca pensei que pudesse ser verdade



Quando a verdade é parte da mentira

quando o Amor é dor e solidão

Cai-nos um manto escuro sobre a vida

E tiram-nos o tapete do perdão


Não bastaria arrancar estes meus olhos

Para perder a ânsia de te ver

mesmo sem eles sei ver que esta mentira

é igual a uma verdade qualquer...