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26/11/11

Dores

Por vezes fico assim comigo
Fixo um ponto branco e mantenho
Baixo os olhos
São demasiadas as coisas que sinto
E foram demais as que já não minto

Quando tentei perder-te e perder-me
Caí sem rede na dolorosa e doce sensação
Dos amores que foram e ficaram no caminho
Tentando sobreviver, tentando viver comigo
Chorando e amando saudosa
Quem se afasta ficando e ousando
Quem fica tentando e tentando
E tudo fazendo e tudo arriscando
Mas nota-se no olhar das tuas mãos
Que já não és o mesmo
E nunca mais me olhaste como me sentias
E transparece a dor que existe em ti
E em mim transparece tudo porque nada tenho

A vida caiu-me em cima e eu deitada
Mais uma vez na vida a aceitei
A vida que me deu pouco ou mesmo nada
Oferece-me agora os teus olhos
Para eu ver
Como se ama
Como se sofre
Como se perde devagar
Como se ama tanto
E a perda é como uma sombra que segue
Calada fria quieta
A espera de se instalar

E pudesse eu aproximar-me do corrimão da vida e saltar
Deus meu com que ingratidão vivo dentro

A cada despedida morro
A cada alvorada só volto a morrer

Mas quem não tem vida não tem corrimão
Não tem pernas p saltar nem tem opção
E quem não vive não pode morrer
E o que eu dava, ó Deus o que eu dava
Para hoje ser outra, ser a tua mulher


14/11/11

Desumanamente te Amo

Aninhada em mim, me enrolo
em câmara lenta, o mundo passa
não faço parte do mundo, e choro
e metade de mim está morta, está baça


Os meus ouvidos não ouvem
o que as pessoas têm para me dizer
Vejo-as mexer os lábios, falam comigo
Olho-as desinteressada e não quero saber


Enquanto não cruzas a esquina
Enquanto o teu carro não chegar
Aninhada em mim, me enrolo
e não vivo, não respiro, não choro
não como, não durmo, não oro
não sinto, não oiço, não vejo
cada hora que passa é um ano
em que sinto apenas, no peito
que Desumanamente te Amo!