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08/02/13

Serafim

Tanta coisa dentro, tanta hora leve, tanta solidão desenfreada
Tanta gente forte, tanta forma breve, de te amar assim desalinhada.
É a preto e branco e não é a cores, que me reconheço, junto a mim
nessa hora quente, que nunca mereço, onde o tempo passa, Serafim...

Tanto braço solto, tanta mão macia, dentro da vontade de chegar
Onde a letra morta, cabe na saudade, de não ser nunca hoje, o abraçar.
Quando a tecla seca, me lembra nos dedos, que o dia vai já chegar ao fim
Eu me engano e tusso, para não chorar, pelo meu amor, Serafim...

Num certo moinho, onde a certa mão, a minha cintura enleia...
E meus negros cabelos, molham o teu corpo, enquanto me chamas, Sereia 
Amas como se o amanhã não houvesse, e o ontem chegasse, enfim
Amo como posso, com tudo o que tenho, o meu doce irmão, Serafim...

O céu e o mar nunca se encontraram, como nesta vida, e então
Anjo e Diabo, olham-se nos olhos, beijam-se na boca, perdão.
Amanhã será o derradeiro dia, do caminho e da decisão
E toda a palavra, que não vai ser dita, tem o peso de uma canção
e Diabo e Anjo amam-se de novo, dentro desta Eu, que é - mim
e ajoelhado, me prometes tudo, anjo adorado, Serafim...

O futuro incerto, o passado fresco, a faca que tudo cortou
Serve agora o nobre pretexto de quem afinal, nunca amou
Fixas o meu ventre, na esperança da vida e descansas dentro de mim
E na incerteza de uma vida ou não, morro-te na mão, Serafim.



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