Um chá, num dia em que o sol se pôs na estrada.
E afinal era a tua mão que tocava uma campainha.
Era a minha porta.
Eram todas as minhas portas e abri-as mas parecia só uma porta.
A que tu viste.
E abri todas as janelas e esperei...
A noite fresca entrou pela janela devagar e sentou-se
a ver uma televisão acesa que nós não víamos.
Deitados numa das portas abertas ajeitámos as almofadas
e deixámo-nos estar, como se a noite não estivesse ali.
Nem a incongruência dos verbos nem a razão me consegue impedir de abir todas as portas;
e nem o tempo nem o espaço e muito menos os relógios compassados te impedem de vir, entrar e ficar...
como se a noite não estivesse sentada na sala, a ver televisão e nós não.
Tapa-me devagar. Adormece.
Fica a porta aberta...
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