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02/04/15

Um chá, num dia em que o sol se pôs na estrada. 
E afinal era a tua mão que tocava uma campainha. 
Era a minha porta. 
Eram todas as minhas portas e abri-as mas parecia só uma porta. 
A que tu viste.
E abri todas as janelas e esperei... 

A noite fresca entrou pela janela devagar e sentou-se 
a ver uma televisão acesa que nós não víamos.
Deitados numa das portas abertas ajeitámos as almofadas 

e deixámo-nos estar, como se a noite não estivesse ali. 

Nem a incongruência dos verbos nem a razão me consegue impedir de abir todas as portas; 

e nem o tempo nem o espaço e muito menos os relógios compassados te impedem de vir, entrar e ficar... 
como se a noite não estivesse sentada na sala, a ver televisão e nós não.

Tapa-me devagar. Adormece.
Fica a porta aberta...

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