Não basta apenas ser o corpo que te pertence
Não basta querer-te desta vez e sem pensar
Não basta ser a alma e o coração
Não basta amar...
Se a vida fosse só uma forma de morrer
Se a morte fosse tudo o que temos a receber
Se te bastasse o que sentes, o que sou
Não me porias onde sei que estou.
Há dias que começam no final
e outros que terminam no principio
Há conversas que nunca foram tidas
saudades que nunca foram vividas
Há uma Lua no solstício de Verão
um Sol que não pára de chover
Há um beijo que nunca vou esquecer
um carro que desce a rua devagar
Há uma doida vontade de ficar
e a urgência de saber o que é real
Há a calma de quem quer perceber
Há também qualquer coisa de fatal
Se te bastasse eu ser o que sou
Se me bastasse ter o que não tenho
Se nos bastasse simplesmente amar
Se nos bastasse este amor tamanho
Mas não basta apenas ser feita à tua medida
Não basta a saudade e a solidão e a dor
que mesmo em cima de um grande amor
Não basta para evitar a despedida
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