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02/08/11


Ver as coisas de modo diferente daquilo que vejo, ou antevejo!
Ás vezes gostava que não fosse assim.
Adormecer simplesmente quando chegasse à cama e não estar a visualizar todos os contornos das pessoas que me são queridas.
Não saber mais nada a não ser o que aprendi, o que me foi ensinado e o presente.
Não saber mais nada…
Não querer mais nada…
Ás vezes gostava de ser humana e preocupar-me com coisas pequeninas.
Gostava de não conhecer anjos do céu... não conhecer o céu
Não conhecer os demónios, nem o inferno. Gostava de ver só aquilo que se vê, e não ter de estar constantemente a disfarçar e lutar com o que sinto, em mim.
Gostava também de ter nascido sem asas… e de não sabe voar.
Não ter a cabeça tão cheia de estrelas e de mar.
Gostava de não ter de guardar todas as conchas e todas as pedras que já foram eu e que me pertencem.

As vezes gostava de ser normal, de ser humana. De não ouvir…
Gostava de não saber avaliar os sinais… não os ver sequer.
Gostava de ter só amigos simples.
Gostava de não sentir falta do Grande Amor que me está destinado, ou então de cada vez que nos cruzássemos (eu e o grande Amor) não estivéssemos sempre tão distantemente entrelaçados…

Gostava de não ter certezas.
Ou então gostava de as poder utilizar…
De vez em quando gostava de ser abraçada com ternura.
Ter um Amigo perto todos os dias. Partilhar…

Gostava de não ser só carne… ou só intelecto.
Gostava de ser apreciada como me aprecio.
Vista como eu me vejo.
Gostava que o amor estivesse ao meu alcance cada vez que me deito… contigo.
Ou então gostava que isso não me fizesse diferença, (mas faz um bocadinho).

Gostava que não me apetecesse estar completamente sozinha… só para estar contigo.
Gostava era de nascer outra vez e não saber nada do que sei hoje, nunca!
Gostava de ter apenas o objectivo simples, de toda a gente, e de não ter de seguir com o olhar, uma borboleta branca desde há muito tempo, que nem sei onde me vai levar… mas é lá!

E gostava de compreender tudo aquilo que sei.
E de não saber tudo aquilo que compreendo.
Talvez, de não ser sempre tão sinceramente compreensiva…
Mas gosto de ser eu, e no fundo, gosto de ser assim porque fui eu que me construi…
Só que ás vezes… gostava de ser abraçada com ternura… e poder permanecer assim…

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