Quando ontem à noite chegaste ao meu castelo

Eu ainda não estava pronta para abrir as asas e ir contigo

Pelos céus estrelados e pelas noites e pelos dias

Mas fui entregue a umas mãos que eram as tuas

Notaste quando o meu corpo passou a pertencer-te?

Sem que nada da tua alma se prenda ou altere

Não viste nos meus olhos o medo de perder-te?

E não me ouviste dizer: Ó meu amor como eu te quero!

Os meus braços enlearam muito mais do que o teu corpo

Minhas pernas desejaram mais que todo o teu sentir

A minha boca não te pediu para ficares, mas ficaste

Os meus olhos nunca mais te vão querer ver partir

A manhã teve o sabor porque esperávamos

O beijo doce reinventou o amanhecer

Deixei-te entrar para sentires o que provávamos

Ao penetrares-me calmo dei-te tudo a conhecer

Aqui há conchas, ventos e pedaços de mar

Há um grito estranho de um pássaro que não conheço

Há um não ter de pensar no que pareço

Há uma estranha forma de te amar